Páginas

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Platonismo presente na Música Contemporânea

Aproveitando que estou de férias, usarei de um texto que precisou ser elaborado na ânsia de tanto expor a opinião sobre um tema, quanto de ser reconhecido com ele.

Trata sobre uma reflexão do 'Platonismo¹' na música atual, e como ficou expressivo - na verdade denso, mas reflexivo -, segue abaixo...

O ser humano é um ser em constante mutação. Muda, ao longo de décadas o seu modo de pensar, de agir e se vestir, tornando a cultura cada dia que passa nova, apesar de nos acompanhar desde o mais tenro tempo, em um processo de feedback contínuo e formando o mundo que vivemos hoje.

Em todas as nossas descobertas científicas e tecnológicas ocorre uma quebra de paradigma e isso se estende até onde nunca imaginamos – ou pelo menos dedicamos tempo a perceber – como, por exemplo, na música. Sim, a música também é algo que se desenvolve com a tecnologia!
Assim como explica o musicólogo José Augusto Mannis, “existe um paralelo entre a evolução da tecnologia e a evolução da música; os instrumentos se aperfeiçoaram à medida que o conhecimento científico se expande”.

Os instrumentos já existentes se desenvolvem, e com a ajuda da ciência novos instrumentos são criados. Com os estudos sobre a física dinâmica e mecânica chegou-se aos instrumentos de sopro, na viagem a outros países alguns instrumentos foram adaptados e melhorados, e assim incorporados às grandes orquestras. Com o avanço tecnológico do século XX pôde-se chegar ao teclado e guitarra elétrica. Hoje em dia não é diferente, utilizamos essa informatização para premiar a arte da música com novos sons, sensações e melhoramentos.

Os compositores atuais utilizam toda essa tecnologia em seu favor, sintetizando vozes, manipulando sons no computador, utilizando sons da natureza ou do cotidiano para criar música, obtendo também diversos sons, dos mais insólitos objetos. Essa adaptação da música clássica existentes a um mundo informatizado é o que podemos chamar de música clássica. ''Na verdade a arte não muda, só adapta sua linguagem para uma realidade em mutação'', diz José Augusto Mannis.

Utilizando da filosofia platônica, vamos observar a música sob a ótica de análise de Mundo Ideal e Mundo Sensível. Nela, o mundo sensível tenta traduzir através dos sentidos ao que carregamos na essência do mundo ideal. Ora, tudo o que realizamos, desde as pequenas coisas até as maiores descobertas reflete nossa essência, nossa cultura, a época em que vivemos e no que acreditamos.

A música contemporânea se utilizando toda tecnologia possível e cada vez mais se moderniza através de recursos disponíveis, essa condição não reflete nada mais que um novo homem que se aperfeiçoa a cada dia que passa, quebrando paradigmas presentes no cotidiano. Isso não significa que tudo nesse novo homem é bom – assim como alguns gêneros e mudanças musicais não agrada a gregos e troianos – mas a diversidade que se obtêm com a mudança intelectual é o que justifica nosso nome de ‘racional’.

Monique, primavera de 2008

¹Platônica, do filósofo Platão, ateniense que nasceu em 428 ou 427 a.C., de pais aristocráticos e abastados, de antiga e nobre prosápia.

Um comentário:

rafaj disse...

Muito bom Monique, Carol.

Adorei o resultado da análise de um ponto de vista Platônico sobre a música: "Nela, o mundo sensível tenta traduzir através dos sentidos ao que carregamos na essência do mundo ideal"